CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Resumo
Geoprocessamento é um termo recente.
Após o surgimento e consagração da informática vários procedimentos e modelos matemáticos utilizados para análise espacial foram aos poucos programados e transformados em rotinas, o que resultou no surgimento dos primeiros programas utilizados para geoprocessamento.
Neste contexto, há o surgimento de novos conceitos e concomitantemente a necessidade de padronização de suas definições entre a comunidade técnica científica.
Sendo assim, pretende-se com esse texto mencionar alguns fatos importantes que levaram ao surgimento de alguns conceitos correlatos ao de geoprocessamento seguido de suas definições.
Breve Considerações Históricas
A Geografia é uma ciência antiga. O Processamento Eletrônico de Dados, ao contrário é um campo de conhecimento recente.
Neste contexto, os Sistemas de Informações Geográficas, utilizando o Geoprocessamento, constituem uma estrutura de interface entre a Geografia, o Processamento de Dados e a Comunicação (XAVIER-DA-SILVA, 2001).
Assim, é fato incontestável que a história da Cartografia tem inúmeros fatos correlatos com a do Geoprocessamento e se pesquisarmos em fatos históricos encontraremos inúmeras evidências de que esta prática já vem sendo utilizada a muitos e muitos anos.
Exemplo disso é o destaque que se dá a dois grandes acontecimentos
A criação dos mapas da Batalha de Yorktown (Revolução Americana), desenhados pelo cartógrafo francês Louis-Alexandre Berthier, formados por overlays mostrando a movimentação das tropas.
E tambem, em 1854, quando o Dr. John Snow, um infectologista britânico que estava estudando a distribuição dos casos de cólera no centro de Londres.
Ele ao localizar em um mapa-base da cidade os endereços dos infectados, notou uma estranha distribuição das ocorrências, que estavam agrupadas em torno de uma cisterna.
Uma vez lacrada, pôs-se fim à epidemia (SILVA, 2003).
No entanto, alguns autores afirmam que as primeiras tentativas de automatizar parte do processamento de dados com características espaciais aconteceram na Inglaterra (através da pesquisa em botânica).
E ainda, nos Estados Unidos (estudos de volume de tráfego), nos anos 50, com o objetivo principal de reduzir os custos de produção e manutenção de mapas.
Além disso, observa-se que estes sistemas ainda não poderiam ser classificados como: sistema de informação geográfica (CÂMARA e DAVIS, 2003).
O processo de cálculos matemáticos via computadores abriu possibilidades de pesquisa na manipulação de grandes quantidades de dados, especialmente os dados espaciais, o que alavancou o armazenamento e tratamento de dados censitários.

Por outro lado, no final da década de 50, meteorologistas, geofísicos e geólogos incorporaram em suas atividades rotineiras os mapas gerados por computadores (SILVA, 2003).
Nesse contexto, pode-se afirmar que os primeiros Sistemas de Informação Geográfica surgiram nos anos 60, no Canadá. Sendo parte de um programa governamental para criar um inventário de recursos naturais.
Em 1962, Tomlinson, do Canadian Land Inventory, desenvolveu o Sistema de Informações Geográficas Canadense (Canadian Geographic Information System —CGIS).
A história continua…
Sendo assim, este sistema foi o primeiro SIG da era contemporânea, sendo aceito definitivamente como tal em 1965 (TOMLINSON, 1988).
E ainda, nos anos 70 foram desenvolvidos recursos mais acessíveis de hardware, e apareceram os primeiros sistemas comerciais.
Nesse sentido, surgiram os primeiros sistemas do tipo CAD (Computer Aided Design) que serviram de base para os primeiros sistemas de cartografia automatizada.
Dentro desse contexto, que a expressão Geographic Information System foi criada (CÂMARA e DAVIS, 2003).
Entretanto, apesar dos primeiros SIGs surgirem na década de 1970 com um viés voltado para o planejamento e modelagem de situações relacionadas com o meio urbano nos EUA.
Na década de 80 que a tecnologia de sistemas de informação geográfica inicia um período de acelerado crescimento.
Sendo esse sistema de informação beneficiado pelos avanços da informática e do estabelecimento de centros de estudos sobre o assunto.
Nesse sentido, acontece nos EUA, a criação do NCGIA -National Centre for Geographical Information and Analysis (NCGIA, 1989) (CÂMARA e DAVIS, 2003).
Sendo assim, pode-se afirmar que, ao final da década de 80, as funções dos SIGs estavam muito bem estabelecidas.
E ainda, no início dos anos 90, o que prevaleceu foi o aumento da integração do usuário com as ferramentas de Geoprocessamento, facilitando o uso dos aplicativos.
Texto adaptado.
Continuar lendo…… acesso – https://periodicos.ufjf.br/index.php/geografia/article/view/18073/9359
Texto do artigo cientifico da revista de geografia da UFJF
Gostou do texto? Leia também – ESG: governança ambiental, social e corporativa
